Primeiras ações administrativas de Emília Corrêa: comecemos pela demissão dos comissionados. Se ela tivesse recebido a prefeitura de Aracaju sem débitos, não precisaria fazê-lo. Entenda

Na entrevista coletiva concedida pela prefeita Emília Corrêa (PL) nesta terça, 7, duas decisões polêmicas: cancelamento da licitação do transporte e demissão em massa de comissionados.

Sobre os transportes, voltaremos em outra oportunidade para tratar do assunto, beleza? Mas, agora, vamos com uma análise frontal sobre a demissão dos comissionados.

Olha só, leitor e leitora, é ponto pacífico que essa atitude é uma prática comum, afinal ninguém governa com ‘adversários’ em cargos que são de nomeação discricionária de quem está no comando, todos concordam?

Agora, também é fato que, numa prefeitura do tamanho da de Aracaju, essas demissões se dão por etapas, sequenciadas, até para não colocar em risco o funcionamento de coisas que não dependem exclusivamente de servidores efetivos.

Entendidos esses dois pontos, nos colocamos a analisar a demissão geral dos comissionados de uma forma absolutamente transparente.

Primeiro fato é que Emília seguramente não desejaria fazer esse corte de uma vez pela razão básica da manutenção dos trabalhos cotidianos, uma vez que, sem esses comissionados, toda a gestão terá que correr ‘trecho’, como se diz, pra que tudo saia a contento nesses primeiros momentos.

Só que a manutenção desse pessoal gera um custo real, nas folhas de pagamento, que só pode ser arcado se nas demais frentes também estiver tudo ok!

E aqui é que está a ‘pedra filosofal’ dessa situação toda: Emília havia dito que faria as demissões e as devidas substituições nesses cargos de forma gradual e paulatina, correto?

Só que a gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), especialmente durante a transição e mesmo através da imprensa, também garantia que Aracaju chegava ao final de 24 com tudo em dia – por tudo se entenda pagamentos de prestadores de serviços, fornecedores e servidores, sejam comissionados, terceirizados ou contratados.

E aí qual é a realidade que estamos vivendo desde o final do ano passado, que foi no início da semana passada?

Ora, ora, dívida com empresa de coleta de lixo, dívida com terceirizada que administra unidade de saúde, dívida com funcionários de extrema importância no serviço público – esta informação virá à tona nas próximas horas, pode ter certeza disso, leitor e leitora –, enfim, uma realidade muuuuuito diferente da que foi passada pela equipe de transição e da que foi ‘vendida’ na mídia pela gestão que se encerrou!

E qual a solução? Economizar, meu caro e minha cara, simplesmente economizar. Daí que a decisão de ‘cortar na própria carne’ – sim, porque a demissão em massa de comissionados não era uma prioridade inicial de Emília, como já dito e, sim também, porque aumenta a carga e a pressão sobre a própria Emília nesses primeiros dias – era a única a ser tomada.

Nessa primeira semana de gestão, que se completou justamente nesta terça, já se fala em quase R$ 100 milhões em dívidas variadas que a prefeita terá que administrar.

Sabe aquele jargão de que ‘gestão é impessoal’? Pois é, infelizmente quem deixa dívidas não responde por elas em juízo, tendo que a gestão seguinte resolver e pronto! Mas não se pode deixar que essa ‘impessoalidade’ impeça a transparência total de mostrar quem ficou devendo e quem está trabalhando para pagar, né isso?

Assim, a demissão de comissionados acaba sendo uma forma de economizar, nesse primeiro momento, suados e valorosos recursos públicos que ajudarão a pagar as dívidas herdadas.

Por isso mesmo que tentar crucificar Emília Corrêa por ela estar agindo de forma dura, claro, mas sendo que só assim ela terá condições mínimas de pagar o que herdou em dívidas, seria muita crueldade nesse momento inicial de sua gestão.

E, de mais a mais, ninguém disse que seria fácil, nem a própria Emília jamais falou isso. Mas que fica sempre mais difícil quando se tem quase R$ 100 milhões – por enquanto – em dívidas para pagar que poderiam e deveriam ter sido pagas pela gestão anterior, isso fica mesmo!

E que siga o baile! Afinal, o que importa é que Aracaju não pare! Simbora!

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