Se, sei lá, há coisa de três, quatro anos você me dissesse que uma candidatura de direita, sem estrutura eleitoral tradicional bem definida, sem muito tempo de propaganda eleitoral e com um nome muito identificado com o ideário conservador teria reais chances de governar o Brasil, eu duvidaria frontalmente, acharia que era uma piada e coisa e tal. Mas a realidade está aí para provar que eu estaria errado. E se uma candidatura de esquerda, sem estrutura eleitoral bem definida, sem muito tempo de propaganda eleitoral e com nome muito identificado com o ideário esquerdista, liberal nos costumes e coisa e tal, fosse tida como uma possibilidade efetiva de comandar Aracaju a partir de 2021, você duvidaria? Bom, eu já não mais, viu? Por isso que a confirmação do PSOL de que sua pré-candidatura a prefeito da capital sergipana será a professor universitário, “jovem e negro” – como frisa release enviado por um dos melhores textos sergipanos, o jornalista e militante Henrique Maynart – Alexis Pedrão deve ser visto como um dos momentos importante dessa peleja eleitoral bastante inusitada que está por vir. Afora o “Fora Bolsonaro”, que é um direito do PSOL, claro, mas que me parece meio deslocado dos problemas factuais aracajuanos, Pedrão terá fértil base para se posicionar: bandeira anti-racista e a participação direta no movimento Não Pago, que infernizou proprietários de empresas de transporte coletivo nos últimos anos, têm apelos bastante instigante junto ao eleitorado. E é bom que os demais contendores levem a sério a pré-candidatura de Alexis Pedrão. Ou correrão o risco de, assim como eu, se descobrir errado após desacreditar que pequenas candidaturas podem possuir capacidade de convencimento e votos, viu?
Em tempo
O release do PSOL traz ainda informações interessante acerca da pessoa Alexis: “Alexis Magnum Azevedo de Jesus, mais conhecido como Alexis “Pedrão”, tem 34 anos, é casado e pai de cinco filhos. Nascido em Feira de Santana (BA), ele mora em Aracaju desde o primeiro ano de vida. Alexis é professor de Direito na rede particular de ensino. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2013, ele é mestre e doutorando em Educação”. Então, tá posto e tá dito…
Conta canalha
Um videozinho bem mequetrefe, que dizem ser ligado a turma do ex-prefeito de Tobias Barreto e atual deputado estadual Dílson de Agripino (Cidadania), está incomodando a população tobiense. É que, nele, uma conta infeliz é feita em cima dos repasses federais para que o município repare as perdas arrecadatórias por conta da pandemia. Ora, ora, isso é se utilizar politiqueiramente dos prejuízos causados pelo novo coronavírus na economia do país, sem levar em consideração que o que mais importa são as vidas.
Conta canalha 2
E o que é que o vídeo mostra? Que com o valor do repasse, que para Tobias ficará em torno de R$ 6 milhões, pago em quatro parcelas, daria para comprar “x” testes, “y” ambulâncias, “z” leitos e por aí vai. Sim, mas esses valores repassados serão para ajustar as contas como um todo, ou seja: para pagar “x” de salário, “y” de fornecedores e “z” de insumos, além de combater a pandemia. Como já foi prefeito, Dilson deveria conversar com seus apoiadores para que evitem soltar conteúdo na internet que não se sustenta na realidade, né não?
Opinião firme
O colunista Cláudio Nunes, da Infonet, em sua coluna desta terça, 14, é o mais direto possível: está na hora do governador Belivaldo Chagas (PSD) decidir pela reabertura do comércio e pronto. “Não tem como esperar mais. Sergipe não vai melhorar o nível de isolamento, que na verdade nunca foi respeitado por parte significativa da população”. Leia a íntegra aqui.