Quanto mais se analisa todo o processo licitatório do Hospital do Câncer de Sergipe, mais se chega a conclusão que o TCU tá certo: pode mesmo ter havido favorecimento no certame!

Este AnderSonsBlog, como também corajosamente o faz o Blog do Cláudio Nunes – por enquanto os únicos com essa disposição na imprensa sergipana, diga-se de passagem – segue analisando os detalhes apurados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que levaram o Consórcio Celi a ganhar a licitação para a construção do Hospital do Câncer de Sergipe em detrimento do Consórcio Endeal, que apresentou a melhor proposta, quase R$ 16,5 milhões a menos, mas, mesmo assim, acabou desclassificado.

Olha só, leitor e leitora, como a coisa é complicada: num texto anterior aqui da casa, restou provado que, mesmo quando questionado e tendo sua Nota Técnica diminuída, o Consórcio Endeal seguiu com a melhor Nota Final, mas nem isso foi levado em consideração na hora de desclassificar esse participante e elevar o Consórcio Celi à primeira colocação.

E essa diminuição na Nota Técnica do Endeal veio a partir de uma contestação em que o “Consórcio Celi, então classificado em 2o lugar na avença, impetrou recurso administrativo contestando a decisão da Comissão Especial de Licitação e postulando pela desclassificação do 1o colocado (…) No documento foram apontadas supostas inconsistências em algumas das Certidões de Acervo Técnico (CATs) apresentadas pelo vencedor do certame, que, por esse motivo, não teria alcançado o mínimo de 50% da pontuação total relativa à comprovação de sua capacidade técnico-profissional e técnico-operacional”, conforme relata o próprio TCU.

Ato contínuo, o próprio Consórcio Endeal apresentou suas contrarrazões e, nelas, as tais CATs de seis obras e/ou reformas que as empresas componentes desse consórcio realizaram. E aí AnderSonsBlog teve a curiosidade de pesquisar pelo nome delas na internet, identificando que, das seis, três se trataram de hospitais que de fato foram realizadas e estão em pleno funcionamento. E é bom lembrar que, mesmo após a contestação do Consórcio Celi e a argumentação do Consórcio Endeal terem baixado a Nota Técnica desse segundo, ainda assim o Endeal manteve a maior Nota Final e, por consequência, o menor preço também, ora pois!

Ou seja, mais uma vez, de novo e novamente fica muito sem explicação porque é que o Consórcio Endeal ficou de fora da licitação mesmo tendo um preço cerca de R$ 16,5 milhões a menor e, com isso, foi o segundo colocado no processo licitatório do Hospital do Câncer, o Consórcio Celi, que acabou vencendo e, ainda assim, não temos nem hospital pronto e nem uma explicação inquestionável do por quê o segundo colocado superou o primeiro. É osso, viu?

P.S.: na imagem que ilustra essa postagem, temos o Hospital Adauto Botelho de Pinhais, que passou por reforma; temos o Hospital de Francisco Beltrão, que passou por reforma e ampliação; e fechamos com o Hospital Regional de Guarapuava, que foi construído, ficando todos no estado do Paraná. Ou seja: a internet, nesses casos, ‘é uma mãe’ e nos permite ver em detalhes que, para a desclassificação do Consórcio Endeal ser justificada, no mínimo era preciso que essas três unidades de saúde apresentassem falhas grotescas na execução de obras e/reformas por parte das empresas que compõem o consórcio desclassificado, né não? Pois é…

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2 Comentários

  • Manoel Luiz Campos

    29 de novembro de 2024 - 07:36

    A celi (letras minúsculas pela pequenez de suas ações) tem um instituto que “ajuda ” jovens. Ora, de um lado vence licitações suspeitas, com rombo milionário para o povo sergipano, de outro distribui migalhas desse rombo para se sair de boas, com o balanço social de sua empresa em alta e tal’s.

    Nós, Zé povinho sergipano, sempre se deixando enganar por essas “boas” empresas. Impressionante!!

  • José Augusto de Gois

    29 de novembro de 2024 - 07:46

    É o velho e poderoso patrimonialismo atuando pra se beneficiar do patrimônio público.

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