Há um bom tempo AnderSonsBlog recebe informações de servidores da Secretaria da Fazenda (Sefaz) sobre problemas gerados pela atual administração, à cargo da secretária Sarah Andreozzi.
Mas como sempre tem um cuidado extremo no sentido de não resvalar numa xenofobia rasa e rasteira, visto que Sarah nem daqui é, sendo uma indicação para o cargo feita pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, partido do governador Fábio Mitidieri, a casa aqui sempre optou por aguardar alguma ação efetivamente material, palpável da secretária para poder trazer à tona uma ruma de questionamentos sobre a forma como ela conduz a Fazenda sergipana.
Pois bem, e para a tristeza deste site, esse momento infelizmente chegou. Sob o pretexto da necessidade de uma reforma no gabinete de Sarah e de alguns espaços na sede principal da secretaria, ali no bairro Capucho, pertinho do Hospital João Alves, atualmente a cúpula da Sefaz está instalada no metro quadrado mais caro de Aracaju, exatamente na galeria Aracaju Boulevard, no bairro Jardins.
Ainda concedendo o benefício da dúvida, do desconhecimento de causa e até mesmo de uma possível falta de assessoria, a secretária errou ao autorizar essa ‘mudança’, ainda que temporária. É que existem diversos locais públicos que seriam bem mais baratos como, por exemplo, a antiga sede da Receita Federal, próximo a SMTT, no DIA, só pra ficar em apenas uma possibilidade infinitamente menos onerosa aos cofres públicos sergipanos, cofres esses que Sarah e toda a sua equipe têm por dever de ofício preservar, né verdade?
Mas essa é apenas a ponta do iceberg em relação à gestão de Sarah Andreozzi na Sefaz, pois algo bem maior, e que diz respeito à condução dela dos destinos da pasta – ou à falta de condução apropriada, diga-se de passagem –, é que parte significativa da máquina estatal está literalmente empacada por conta das mudanças de procedimentos na Sefaz desde o início deste ano.
Antes de tudo, AnderSonsBlog tem a certeza que Fábio Mitidieri já sabe do que se trata, até porque as reclamações que chegaram na casa aqui não foram apenas de fornecedores, meios de comunicação e de prestadores de serviços.
O problema alcança até mesmo alguns secretários, que não escondem o constrangimento de ter dinheiro em suas pastas, mas serem obrigados a pedir a ‘benção’ da cúpula da Sefaz para fazer os devidos pagamentos corriqueiros e comuns, alguns, inclusive, necessários para não paralisar todo o funcionamento das referidas secretarias.
Em alguns casos, como aqueles em relação aos meios de comunicação, existem débitos no ano passado ainda! E a esses fornecedores e prestadores de serviços é explicado que a pasta original, na qual o débito foi contraído, tem que pedir o recurso a Sefaz, algo até normal, mas que é obrigatório enviar um relatório que passa, no mínimo, por quatro setores até a devida aprovação. Tudo isso para pagar com um recurso destinado a própria pasta no orçamento anual.
Será que a Sefaz crê que as demais pastas do governo Mitidieri são compostas por gente incapaz e/ou mal-intencionada em relação ao uso dos recursos públicos? Sim, porque a obrigação de se conferir quatro, isso mesmo, quatro vezes um mesmo relatório ou é desconfiança ou não se sabe mais o que pode ser, né verdade?
Assim, cansados, alguns empresários já estão se unindo com alguns auditores para fazer esse tipo de relatório, no sentido de ganhar tempo no recebimento do que lhes é devido.
E dentre o que diariamente é enviado aqui para a casa, outras preocupações se manifestam, a exemplo de um suposto ‘incentivo’ para que empresas de fora venham para Sergipe, o que não é nenhum crime, mas sendo que existem atrasos que enfraquecem as empresas genuinamente sergipanas e que lutam para sobreviver no dia a dia, pagam seus impostos e não podem sofrer com tanto retrocesso burocrático da parte da Sefaz. Será que o atraso é proposital para que as empresas ‘incentivadas’ aportem em Sergipe de uma vez por todas?
E mais um detalhe dentre tanta coisa que este AnderSonsBlog recebe em forma de denúncias sobre o funcionamento atual da Sefaz: há quem sustente que a gestora da pasta, além da turma que ela trouxe de fora para mandar e comandar a Sefaz, teriam ainda parentes dela ocupando cargos. Nesse caso, este site apenas levanta o questionamento, mas chega a duvidar de que haja procedência nisso. Até porque seria uma imensa burrice ou então uma gigantesca certeza de que isso passaria impune. Nesse caso, com a palavra a própria Sefaz…
Agora, cá para nós, AnderSonsBlog não queria estar na pele de Mitidieri: ouvindo reclamações de quase todo secretariado pela burocracia implantada na Sefaz e sem a força necessária na própria caneta para fazer as mudanças necessárias na pasta, talvez o governador tenha que esperar uma crise explodir e o governo paralisar para fazer alguma correção de rota ou mesmo uma mudança de comando na Sefaz.
É aquela frase do saudoso Tancredo Neves, que muitos políticos com mandato têm que aprender na dor, e não no amor, para não cometerem esse tipo de erro: “Nunca nomeie quem você não pode exonerar”. Pois é, né?
2 Comentários
Ribeiro Filho
O Governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju, abandonaram vários prédios públicos, para alugar imóveis caríssimos. O Estado tem no centro da cidade o Edifício Maria Feliciana com 29 andares a maioria hoje desocupados. A Prefeitura de Aracaju abandonou o Palácio Inácio Barbosa, na Praça Olimpio Campos, e alugou um prédio onde funcionava um departamento do Banco do Brasil. A prefeitura alugou na Coroa do Meio outro prédio para abrigar a Secretaria de Saúde. O Estado alugou o antigo Mistão por 200 mil mensal. Detalhe, com o dinheiro dos aluguéis tanto o Estado quando o Município construiria em um ano ou dois sedes definitivas para essas secretarias. Alguém está lucrando muito com esses aluguéis superfaturados. Nós pagamos essa farra e esse luxo com nossos impostos. Cadê os vereadores e deputados estaduais que fiscalizam ou deveriam fiscalizar os gastos?
Ribeiro Filho
Quanto a questão da nomeação da Sarwh Adreozzi, não se tem notícia de que um presidente nacional de um partido tenha interferido dessa forma, na gestão pública de um estado. Esse fato causa muita estranheza, para não usar um termo mais contundente. Afinal nós brasileiros já temos dois pés atrás quando o assunto é o universo político e suas maracutaias. Fica claro que Gilberto Kassab fez uma imposição ao governador Fábio Mittidieri, justamente na Secretaria que arrecada os tributos de ICMS e outrs impostos. Ratificando minha afirmativa inicial, o presidente Lule indicou seu neto para um cargo público, que está na Funcap-SE e sua filha Lurian, que tem uma assessoria no gabinete do Senador Rogério Carvalho.
Sergipe virou terra de ninguém, um pasto sem dono e sem cerca. Em breve nem votaremos para eleger nossos representantes. A indicação ou nomeação vem diretamente da cúpula dos partidos e seus donos.