Danielle Garcia surge na política sergipana como uma lufada de ar fresco pra dentro dos já mofados espaços há tanto tempo ocupados pela mesma turma.
Em 20, ao encarar Edvaldo Nogueira (PCdoB), foi ao 2° turno de forma heroica. Não venceu, é vero, mas deixou ótima impressão.
Em 22, candidata ao Senado, alcançou a marca realmente incrível de 206.135 votos. Não venceu a disputa no geral, mas a venceu em Aracaju, onde obteve 72.031 votos. É voto que só a pêga, viu?
Nas duas eleições, Danielle foi oposicionista. Primeiro, num embate direto com um gestor que buscava a reeleição.
E, depois, encarando o ‘sistema’ de frente, numa chapa majoritária encabeçada pela candidatura do senador Alessandro Vieira (Rede, Cidadania, PSDB e, agora, MDB) – só pra deixar claro que a tal da ‘nova política’ tem práticas ora lá de seculares imbuídas, né não?
Depois da Eleições 22, Danielle aceitou o convite de Fabio Mitidieri (PSD) para compor seu governo na posição de secretária Especial para Mulheres.
Teve quem a criticasse, mas este AnderSonsBlog, por entender se tratar de uma pasta que diz respeito diretamente a uma das bandeiras mais caras à trajetória dela, a defesa da mulher, considerou que as críticas estavam sendo até certo ponto injustas, ainda que procedessem no sentido de que Danielle estava desembarcando do barco oposicionista, né isso?
E, nesse sentido, de respeitar uma votação linkada com posicionamentos oposicionistas, agora o caldo pode definitivamente entornar: Danielle, com um capital político de oposição considerável justamente em Aracaju, é cantada em verso e prosa como a vice-prefeita perfeita por Luiz Roberto (PDT), pré a prefeito apoiado por… Edvaldo!
Lógico que política é a arte de dialogar pra superar! Nada de errado nisso. Mas, convenhamos, se há apenas três anos e meio Danielle chamava Edvaldo, literalmente, pra um debate cara a cara, será que o eleitorado aracajuano, especialmente o oposicionista, entenderia essa nova postura dela?
Outra coisa: com Danielle a vice, não se perderia um pouco do protagonismo realmente merecido que ela vem tendo em sua trajetória?
E mais um detalhe: se for pra ser vice e, a um só tempo, manter-se na base governista, lógico que ela não seria vice de uma chapa de oposição, né verdade? Mas seria vice logo na chapa de Luiz Roberto, situacionista das situacionistas por ser o nome escolhido pelo atual prefeito?
As decisões políticas de quem quer que seja são inalienáveis. E todo mundo na política se refere a uma ‘decisão de grupo’, mas isso é pra ficar ‘bem na fita’.
A verdade é que quem tem o poder de decisão nessas horas é quem vai apresentar seu próprio nome, por óbvio!
Por isso que a decisão de Danielle Garcia se assemelha a uma sinuca de bico, difícil de ser tomada, mas decisiva pro restante do jogo, ou das atividades políticas e públicas futuras da própria Danielle. A conferir!
1 Comentário
Zacca Magalhães
Boa noite
Da forma como está se encaminhando, ela perderá o capital político .
Sendo ela não recuaria, seria uma candidata.