7NOTAS FEMININAS – Razões pelas quais a participação das mulheres na política não deveria ser tratada nem como direito, mas como uma realidade equânime e igualitária na somação de forças pra uma sociedade melhor

Só saberemos se fizermos – Não tem essa de que a cota feminina é problemática nas eleições. Esse problema só existe quando um bando de homem ‘burro pra carai’ não consegue entender que a cota de um terço de mulheres em cada eleição proporcional é pra valer e que as mulheres têm que participar de uma eleição porque isso é positivo pra ela e pra sociedade, não apenas para o partido. E olha que, com 33% de candidaturas femininas, estamos aí beirando, em média, 20% de mulheres nos parlamentos – mas claro que existem câmaras de vereadores em que esse percentual é bem abaixo ou mesmo inexistente. Quer saber quando isso tudo vai ser, finalmente, normalizado? Quando a divisão for realmente igualitária, com mulheres ocupando 53% das vagas, já que são 53% do eleitorado! Dá pra fazer isso por ‘decreto’? É difícil garantir. Mas o que já vem sendo feito até agora, com as cotas, tem aumentado a quantidade de mulheres na política. Então, o caminho é esse mesmo!

Sergipanas no Congresso – E é assim, com base no aumento de candidaturas femininas, que em 22, após décadas de invisibilidade, duas mulheres passaram a compor 25% da bancada de congressistas na Câmara dos Deputados – que já poderia ter seu nome oficial mudado para Câmara Federal, pois congrega deputados e deputadas, né? Katarina Feitoza (PSD) e Yandra Moura são as responsáveis por esse fato histórico, uma vez que, daqui a 200 anos, todos os estudos sobre a participação de mulheres sergipanas na política registrará a chegada delas ao Congresso Nacional nas Eleições 22.

Mas tem mais – Só que nem sempre fica clara e transparente uma coisa: a primeira deputada federal sergipana foi Tânia Soares (PCdoB), que assumiu em 2001, quando o saudoso Marcelo Deda assumiu a prefeitura de Aracaju. Só pra ficar em um momento marcante da passagem de Tânia pelo Congresso, foi ela a responsável por um projeto de lei que numerava obras musicais – hoje, com o domínio dos streamings, pode até não fazer sentido, mas naquela época, com as gravadoras draconianamente no comando de tudo, foi uma ação parlamentar e tanto de Tânia, louvada até pelo polêmico e necessário cantor e compositor Lobão, viu?

Alta câmara – Hoje Sergipe não tem uma mulher no Senado, ok? Mas é preciso reconhecer que a presença de Maria do Carmo por 24 anos na mais alta câmara de debates legislativos do país foi marcante em questões fundamentais, como, por exemplo, a formatação e oficialização de todo o regramento que diz respeito à licença maternidade, uma bandeira que Maria defendeu e que hoje é uma realidade irreversível, graças a Deus!

Recorde na Alese – A não ser que AnderSonsBlog esteja redondamente enganado, mas a Alese, nas Eleições 22, conseguiu um recorde também: são 5 mulheres na casa legislativa sergipana, Áurea Ribeiro (Republicanos), Carminha Paiva (Progressistas), Lidiane Lucena (Republicanos), Linda Brasil (PSOL) e Maisa Mitidieri (PSD). Isso representa algo em torno de 20,8% do total do parlamento. É o ideal? Claro que ainda não é! Mas é prova do avanço da política de cotas para mulheres, ora pois!

E com as mulheres nos cargos? – Diante da presença feminina crescente nos espaços políticos, aqui precisamos também atentar para uma coisa: gênero nem implica em razões para se atacar desempenho nos mandatos, mas também não garante salvo-conduto. Explica-se: Sergipe tem 13 prefeitas – índice em torno de 18% do total de prefeituras – e, dentre elas, algumas fazem ótimas gestões, outras fazem gestões médias e algumas fazem péssimas gestões. E a crítica tem que partir desse princípio: a qualidade da gestão é que tem que ser avaliada, não o fato de ser uma mulher que está no comando. É isso! É simplesmente e tão somente isso!

Por fim, um reconhecimento – Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quem mandou bem demais foi Narcizo Machado, do Jornal da Fan, na Fan FM. Por choque de agendas, alguns nomes foram convidados, mas tiveram que declinar. Mas Candisse Carvalho (PT), Niully Campos (PSOL), de forma presencial, e Katarina Feitoza, por vídeo-chamada, participaram e mandaram muito num programa especial que fez jus ao jornalismo da Fan FM, cujo quadro Mulheres na Política, capitaneado por Magna Santana, é uma realidade já desde há muito extremamente bem-vinda. Show de bola!

 

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