E o rapaz do MBL que tentou emparedar a pré a prefeita de Aracaju pelo PT, Candisse, mas acabou cometendo uma violência política de gênero? Pega a visão!

AnderSonsBlog não havia visto o vídeo, não sabia nem da sua existência, até ouvir a entrevista do Davi Valença no programa de Luiz Carlos Focca, na Transamérica FM na sexta, 19. Aí, claro, foi lá assistir o tal vídeo e saiu com uma enorme sensação de V.A., ou, Vergonha Alheia, em relação ao rapaz do MBL – movimento legítimo, mas nem por isso infalível, né verdade?

E é fácil explicar a razão: ao interpelar a pré a prefeita de Aracaju, Candisse (PT), Davi, no afã de angariar a simpatia daqueles que professam um sentimento anti-petismo, foi logo tascando uma perguntinha bem marota, pra dizer o mínimo: “o que você acha do filho do Lula ter sido denunciado por agressão a mulher?”. Bem, primeiro que esse tema não diz respeito direto às Eleições 24 em Aracaju, estamos combinados? E o que se espera de um questionamento a quem está pré a prefeita de Aracaju? Que seja sobre os problemas da cidade e as soluções que essa pré-candidata tem a apresentar. ‘Isso, isso, isso’, né isso?

Mas o ruim mesmo é o fato do cabra tentar colocar uma questão desse tipo pra uma mulher como se isso fosse a coisa mais natural do mundo! Vamos lá: quando é que uma mulher vai ficar do lado do acusado de uma agressão e contra uma… mulher?

Agora, o intuito de Davi, sem dúvida, foi constranger politicamente Candisse e disso ninguém tenha a mínima dúvida. E quando usa um episódio de violência contra a mulher para tentar ‘emparedar’ justamente uma mulher, o cabra acaba cometendo violência política de gênero, assunto já tratado por aqui diversas vezes e que, infelizmente, parece que tem gente que teima em não tratar as mulheres na disputa política pelo que elas têm a dizer sobre a disputa em si, preferindo minorar, limitar ou mesmo invisibilizar o papel da mulher, inclusive a constrangendo, como foi o caso.

E quer uma, não, mas várias provas de que esse tipo de comportamento do jovem lá do MBL, filmando tudo pra levar ao público nas redes sociais, é constrangimento? Então pega a visão das seguintes hipóteses: a pré a prefeita Emília Corrêa (PL) é evangélica, como se sabe. Já pensou o jovem do MBL, de celular nas mãos e com tudo sendo devidamente filmado, perguntasse a ela o que ela achava da denúncia de que um pastor molestou sexualmente algumas de suas fieis, caso rumoroso por aqui nas bandas de Aracaju há algum tempo atrás? Lógico que Emília se poria ao lado das mulheres, mas a ‘pergunta’, obviamente, estaria cheia da malícia e querendo indispô-la com a comunidade evangélica, não tá na cara?

E se fosse para a pré a prefeita Yandra Moura (União) a pergunta, também devidamente filmada, do que ela achava do advogado que está acusado de estuprar uma advogada? Lógico que Yandra se posicionaria – aliás, como já se posicionou – ao lado da vítima. Mas, como advogada que é, Yandra teria que atacar o advogado antes dele ser julgado? Assim, a perguntinha maliciosa visaria indispor Yandra contra seus pares de ofício na advocacia.

Quer mais um exemplo bem definido? Lá vai: e se o mesmo rapaz do MBL ou quem quer que fosse perguntasse, também filmando tudo, pra secretária especial da Mulher, Danielle Garcia (MDB), que também tem seu nome aventado pra disputa majoritária aracajuana, o que ela achava de seu colega de secretariado, o do Turismo, Marcos Franco, estar respondendo por uma acusação de agressão doméstica contra a esposa? Alguém tem a mínima dúvida de que Dani se colocaria em defesa da mulher? Agora, a perguntinha não teria um claro – e malicioso – viés de indispor Danielle contra um colega de trabalho e contra o chefe de ambos, o governador Fábio Mitidieri (PSD)?

E mais um exemplo, desta feita nacionalizado: já imaginou alguém perguntar para uma mulher simpatizante do MBL o que ela achou dos comentários de Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas? É óbvio demais que ela reprovaria os comentários e ficaria ao lado das ucranianas. Mas fazer esse tipo de pergunta não seria uma maneira de tentar constranger essa mesma simpatizante do MBL, sendo que o movimento em si não pode ser culpado pelo que disse um de seus nomes mais destacados?

Nem precisa desenhar um troço desse pra deixar bem claro que, ao tentar constranger qualquer uma dessas mulheres citadas, o ‘perguntador’ estaria cometendo uma violência política de gênero ao tentar ‘politizar’ um assunto que, como se sabe, é doloroso, é triste e ainda mais doído para as… mulheres, ora pois!

Então, o Davi Valença, na tentativa de chamar a atenção pra si, acabou conseguindo tal intento. Mas basta um olhar mais apurado para perceber que ele chamou a atenção por uma coisa negativa cometida por ele, independentemente de ter sido com uma mulher petista, pois seria negativo com qualquer que fosse a mulher e com quaisquer opções ideológicas que elas professassem, entende, leitor e leitora?

No início da entrevista ouvida aqui pela casa, Focca sugeriu que Davi mudasse o sobrenome de ‘Valença’ para ‘Valente’, devido a suposta ‘coragem’ dele. Nesse caso específico, AnderSonsBlog discorda frontalmente e tem uma outra sugestão: que o Davi mude o sobrenome de ‘Valença’ pra ‘Valete’. Sim, aquele das cartas do baralho!

E sabe por que, leitor e leitora? Simples demais: filiado ao Republicanos, o David intenciona ser pré a vereador de Aracaju num partido que está na base de apoio do pré a prefeito Luiz Roberto (PDT). Portanto, ele, David, está ‘no jogo’ da política, embora, com essa bola fora da violência política de gênero cometida contra Candisse, fique complicado prever um futuro, digamos, promissor nas urnas desse jovem do MBL.

E se o saudoso Chacrinha, que ‘balançava a pança e comandava a massa’ e sabia tudo e mais um pouco de comunicação e mídia, estivesse ainda entre nós, com certeza o desempenho pseudo-midiático do Davi mereceria um Troféu Abacaxi a ser entregue por quem? Por quem? Lógico que por ‘Terezinha? Uhuuuuu’. Sem mais, né?

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