Numa semana em que machismo e misoginia, infelizmente, vieram à tona, AnderSonsBlog resgata algo ocorrido recentemente numa entrevista da petista Candisse Carvalho. Vai vendo

Antes de mais nada, a casa aqui não vai normalizar o quão terrível é o machismo e a misoginia, ainda que sejam ‘cometidos’ não intencionalmente. Não tem essa, não!

Se os cometeu, tem que pedir desculpas, mesmo que não tenha tido a intenção de comete-los. O que não dá é para se vitimizar o ataque e nem para se criminalizar a vítima, ok?

Dito isso, nossa total solidariedade à secretária da Fazenda, Sarah Andreozzi, que está grávida, está plena e trabalhará ainda mais e melhor diante de uma condição maravilhosa que é a gestação – aliás, um parêntese aqui: a condição orgânica de uma mulher grávida é tão especial, mas tão especial que a produção hormonal dela, voltada para o desenvolvimento da criança que carrega no ventre, acaba sendo responsável por conexões cerebrais ainda mais qualificadas nela mesma. E isso é cientificamente comprovado através de estudos muito sérios, viu gentes?

Bem, mas o que veio à mente de AnderSonsBlog com esse caso chato e negativo pra caramba dessa semana foi uma entrevista que Candisse Matos (PT) deu há coisa de uns 15 dias. Entre um afazer e outro, a casa aqui vacilou e não levantou essa bola lá atrás. Mas como o tema é urgente e necessário, voltemos a ele.

Candisse, por sinal, teve sua postura criticada anteriormente pelo grande Narcizo Machado que, de pronto, a levou ao seu programa e fez o que ele melhor sabe fazer: abriu espaço equânime, permitiu que Candisse se expressasse claramente e, na mesma hora, Narcizo ganhou ainda mais admiração de AnderSonsBlog por enfrentar um tema delicado de forma tão corajosa e livre, de peito aberto mesmo. Muito bom!

Aí, alguns dias depois, Candisse participou do programa de Jailton Santana, na Rio FM. Nessa oportunidade, não foi Jailson que resvalou perigosamente no machismo e nem na misoginia. Mas uma saraivada de ouvintes, todos homens, deixaram no ar um certo desdém pela possibilidade de Candisse ser pré a prefeita de Aracaju.

Ok, politicamente cada um pode expressar sua opinião tranquilamente. E mesmo com alguns participantes via zap dando apoio à Candisse, uma ruma deles a atacou e, infelizmente, não pelo viés político-ideológico, mas por ela ser… mulher!

Senão, vejamos – e o programa em questão está no YouTube da Rio FM pra qualquer um conferir. O cabra entra no ar e diz que Candisse não conhece Aracaju. Bem, ela foi repórter da TV Sergipe e da TV Atalaia por anos a fio. De matérias com denúncias de buracos nas ruas dos mais variados bairros, a condução de uma agenda cultural que contemplava diversos locais de Aracaju, dizer que ela não conhecia a cidade é ou uma maldade, ou uma ignorância ou os dois juntos.

Outra participação: o ouvinte, sempre homem, viu?, diz que ela nunca fez nada pelo povo! E a sua participação-chave na cobertura do escândalo das subvenções não conta nada?

Mas a pior participação foi quando um ouvinte, novamente um homem, disse: “você é candidata porque é mulher do senador Rogério (Carvalho)”. Sentiu aí o machismo e a misoginia em ação? Terrível!

Aí, ao tocar nesse assunto, AnderSonsBlog traz a baila alguns fatos: o primeiro deles é que, com Candisse possivelmente participando do pleito, teremos ainda a possibilidade de Emília Correia (PRD); Danielle Garcia (Pode), Niully Campos (PSOL), Katarina Feitoza (PSD) e Yandra Moura (União), todas como pré a prefeita. Isso pra ficarmos apenas naquelas que poderão ser cabeça de chapa à prefeitura de Aracaju.

E se somarmos aí algumas possibilidades de mulheres a vice e a vereadoras? Aí podemos dizer que esse número pode saltar para dezenas e quem sabe até uma centena de mulheres.

Mas como é que as mulheres se interessarão em concorrer pra valer se forem atacadas o tempo todo por serem… mulheres?

Aí depois vem aquela ladainha de que a cota feminina de candidaturas não é pra valer! Ô porra, se as mulheres são atacadas pela sua condição de gênero, porque outras mulheres quereriam se candidatar, leitor e leitora?

Então, pra ajudar os colegas jornalistas e, especialmente, radialistas, aqui vai uma dica bem simples: assim como se alerta o ouvinte participante de programas radiofônicos que ele não pode emitir juízo de valor sobre nenhuma candidatura, não pode pedir votos, não pode falar o número de nenhuma candidatura porque isso é crime eleitoral, nas Eleições 24, diante de tantas candidaturas femininas e legítimas, graças a Deus, tá na hora de alertar os ouvintes participantes dos programas para que eles não cometam machismo e nem façam apologia à misoginia porque se tratam de… crimes! Simples assim! Urgente assim! Necessário assim!

P.S. – Não ser machista e não bancar o misógino não significa que não se pode criticar uma mulher candidata. Mas, nessa hora, a crítica tem que ser direcionada às ideias, à plataforma, às coligações e apoios da candidata. Jamais e em tempo algum se pode criticar uma candidata por ela ser… mulher, ora pois! Estamos conversados?

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1 Comentário

  • Aderaldo Prata

    8 de dezembro de 2023 - 11:02

    Se cada um que ferir direitos fosse levado a justiça, essa leva de “ouvintes” manipulados acabaria.

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