VALE LEITURA – Álvaro de Chica do Fato traça paralelo entre a guerra Rússia/Ucrânia e as eleições deste 22 em Sergipe

Essa série de publicações é das que AndersonsBlog mais sente prazer em postar. Trata-se do VALE LEITURA, em que gente de todos os cantos, de todas as linhas de pensamento, usam este humilde espaço para expor suas opiniões. Num site em que a opinião é a tônica, nada mais justo, né isso? Então vamos para o text, intitulado “Tem que combinar com os russos”, do jovem Álvaro de Chica do Fato, estanciano nato e, como tal, ligado em tudo o que acontece na política e em outros temas, no mundo, no Brasil e, especialmente, em Sergipe. Boa leitura, leitor e leitora!

Tem que combinar com os russos

Álvaro de Chica do Fato*

Como é de praxe na democracia, onde teoricamente o povo exerce sua soberania, de quatro em quatro anos a população vai às urnas para escolher seus representantes. Esse ano, mais uma vez, escolheremos nosso presidente, um novo governador, um senador e deputados estaduais e federais. Em um ano que fica ainda mais agitado por coincidir com a Copa do Mundo de futebol, a grande paixão nacional. E junto com esses acontecimentos podemos somar a questão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que hoje é o principal tema do globo.

Em Sergipe Del Rey, o processo eleitoral começa oficialmente seu desenrolar, tendo já decidido como candidato ao governo, pelo PT, o senador Rogério Carvalho, confiando na onda lulista no Nordeste. Além disso, quero ressaltar que se trata de um político arrojado e obstinado. Definido como candidato da base governista, o deputado Fábio Mitidiere (PSD). Outras candidaturas já  foram confirmadas e algumas estão na expectativa de sua confirmação, que são os casos do ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), e do senador-delegado Alessandro Vieira (PSDB).

Vale ressaltar que a escolha de Fábio não se deu pelo posicionamento nas pesquisas, como era o combinado, e sim pela vontade de compromissos firmados para futuras articulações políticas, algo corriqueiro dentro do grupo do governo que comanda o Estado há 16 anos e conta, dentro dos seus quadros políticos, desde familiares de pessoas influentes ou que fazem parte do Judiciário,  Ministério Público e Tribunal de Contas, o que não é ilegal, mas bastante imoral, mostrando como funcionam as coisas por aqui.

Esse modo de escolha nunca deu certo. Todas as vezes que a escolha é da vontade apenas de parte do grupo político, nunca vingou. Candidato no pacotinho para viajem nunca foi do gosto da população. Vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente na eleição de 2002, quando o então governador Albano Franco, sem ouvir boa parte do grupo, escolheu Francisco Rollemberg do PTN, que concorrera naquele pleito contra o ex-governador João Alves Filho (PFL), que tinha experiência administrativa e o clamor popular, e José Eduardo Dutra (PT), também impulsionado por Lula na época (ambos in memoriam). E o resultado, quem acompanha a política se lembra: João e José Eduardo no segundo turno, tendo o Negão do Chapéu de Couro sido eleito mais uma vez, algo bem parecido com o que se avizinha em outubro vindouro.

Fazendo uma analogia da atual guerra na Ucrânia, a OTAN e a União Europeia não combinaram com os RUSSOS a entrada daquele país na Organização do Tratado do Atlântico Norte. Aqui, na política estadual, será preciso combinar com o eleitor, haja vista que Fábio Mitidiere terá de carregar os pesos das políticas de Jackson Barreto, considerado por muitos o pior governador da história de Sergipe, tendo como uma de suas grandes marcas atrasos no pagamento do funcionalismo, e  Belivaldo Chagas. Essa dupla é responsável por 10 anos sem nenhuma reposição salarial dos servidores. Além disso, a insatisfação das políticas educacionais, de saúde pública e de segurança, os quais representantes de classe e sindicatos travam uma verdadeira guerra à procura de valorização e condições de trabalho.

Na Europa não combinaram com os RUSSOS e o resultado está aí: invasão na Ucrânia e beirando a Terceira Guerra Mundial. Em Sergipe, Fábio Mitidiere, mesmo contando com um grupo enorme, com a máquina do governo estadual e de várias prefeituras, terá que combinar com a população se realmente permanecerá o projeto que aí está, porque aqui o povo tem uma grande arma nas mãos: o título de eleitor e o voto. Assim como na Europa, em Sergipe a  “Guerra Política” está lançada, mas com uma grande diferença: aqui quem lançará os mísseis decisivos é a população, apertando o confirma na urna em outubro. Até lá, muitas articulações irão rolar, vamos aguardar e quem quiser governar não esqueça de com o povo combinar.

*funcionário público e estudante de Serviço Social”.

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1 Comentário

  • Cláudio

    22 de março de 2022 - 19:55

    Muito boa sua análise, Álvaro. O paralelo entre a guerra e a política foi bem sacada. Parabéns!

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