Duas atitudes recentes do presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (Rede), saltaram aos olhos de quem tem experiência e vivência nessa terra de ninguém em que está se tornando a política nossa de cada dia.
A primeira foi a escamada que ele deu pra cima do PSOL, partido que faz federação com a Rede. Vasconcelos, sob o pretexto de deixar a Rede na próxima janela partidária, alardeou aos quatro cantos que não fica mais no partido porque não se coaduna com a forma de fazer política do PSOL e coisa e tal. Ok, vamos levar em consideração que essa decisão dele é o que parece, beleza?
Mas vamos avaliar a situação por outro ângulo: em 20, quando se tornou vereador pela Rede com 2.585 votos, Ricardo viu Linda Brasil disparar com 5.773 votos e, com isso, deixando na primeira suplência Sônia Meire, hoje vereadora de fato e de direito, com seus 3.342 votos, sendo que ambas são do PSOL.
Assim, numa federação Rede/PSOL, que não terá Linda buscando a vereança, mas pode ter nomes de peso como Iran Barbosa e Niully Campos disputando vaga na Câmara, será que Ricardo Vasconcelos diverge mesmo da condução do PSOL da tal federação ou tá de olho na possibilidade e riscos de ficar de fora da próxima legislatura aracajuana? Nem tudo é o que parece ser, ora pois!
E a segunda atitude, essa bem recente, fresquinha, recém-saída do forno, foi o ultimato que o presidente da Câmara deu no prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) sobre o pagamento das emendas impositivas. Tudo bem, tudo certo, o “impositivas” do termo já diz o suficiente. E Ricardo tem que jogar pros seus pares, nada de mais nisso!
Acontece que ao usar a frase “ou executa por bem, ou executa por mal”, se referindo as tais emendas, Vasconcelos atenta contra o que deveria haver de mais sagrado num parlamento: a capacidade de dialogar!
E ainda ameaçar o orçamento pra 24, combinemos, é de uma beligerância desnecessária e que, ao final e ao cabo, pode acabar prejudicando é a coletividade aracajuana e não o prefeito Edvaldo. Já pensou se Ricardo bancar impasses intransponíveis na questão orçamentária e a capital sergipana começar o próximo ano sem um orçamento definido?
Os posicionamentos públicos do presidente da Câmara são livres, ele tem o direito de dizer o que quiser, sem problema algum. Mas levar a público uma posição intransigente acaba comprovando que nem tudo o que parece – ou seja: que parlamentar é exercer a arte de dialogar – efetivamente o é – ameaças do Legislativo desrespeitam o Executivo e desequilibram o respeito entre os poderes ao jogar na lata de lixo o diálogo, ora pois!
É complicada essa situação em que o presidente de um poder, o Legislativo, eleito por seus pares, tenta colocar “a faca no pescoço” no condutor de outro poder, o Executivo, eleito pela população. Chato demais isso!
Se Ricardo Vasconcelos insistir com essa beligerância em detrimento do diálogo – por mais exaustivo que esse último seja –, um ditado que vovó já dizia pode passar a valer também: “dê dinheiro, mas não dê poder!”. Simples assim! Triste assim!
1 Comentário
Genilson Pereira
Boa noite camaradas e camaradas.
Concordo plenamente com a fala do Vereador Presidente,pois estamos no mês de setembro e nem sinal do direito adquirido para beneficiar a população.