Lógico que disputas eleitorais exigem que os que nelas estão sejam firmes, tenham consciência de papel que exercem e, acima de tudo, exerçam a liderança que deles se esperam.
Não seria diferente em Ribeirópolis, onde o prefeito Rogério Sobral (PSB) vai buscar a reeleição e, com isso, acaba se tornando o líder político de seu agrupamento do processo que desembocará nas Eleições 24 no município.
Aliás, um primeiro parêntese aqui: Rogério se elegeu pelo PL, cujo ícone é Valmir de Francisquinho, hoje está no PSB, tirado ‘na tora’ das mãos dos Valadares, e é atualmente partido da base do governo de Fábio Mitidieri (PSD). Por aí se tira a ‘visão’ de Rogério em relação ao que é ser líder e ao que é valorizar os que estão em seu entorno, né não?
Mas é preciso entender bem que o papel de líder não é espezinhar quem já esteve nesse mesmo papel em outros momentos. É preciso saber diferenciar os processos eleitorais, cada um seu respectivo tempo, ora pois!
Por isso que a fala do prefeito Rogério Sobral, na semana passada, ao radialista Luciano Oliveira, da Itabaiana FM, causa estranheza a quem analisa a política.
Senão, vejamos o que diz Rogério: “Uita desceu do ônibus. Eu continuei dirigindo o ônibus. Maria (a vice prefeita) continuou sentada no banco do cobrador. Mas eu vou parar no próximo ponto. Se Uita estiver no ponto e quiser subir no ônibus, a gente está de portas abertas. Mas o ônibus passa! Então cabe a ela decidir se quer ou não”.
Pra contextualizar: Uita Barreto já foi duas vezes prefeita de Ribeirópolis, já foi vice e segue tendo sua importância política no município. Já Rogério, que contou com o apoio dela para se eleger em 20, está no poder e, do local em que se encontra, parece não enxergar mais a importância dos que, um dia, como no caso de Uita – assim como no caso do PL citado lá atrás, lembra, leitor e leitora? –, o ajudaram a chegar à prefeitura.
Lógico que não cabe nem a este AnderSonsBlog e nem a ninguém avaliar o que se passa na cabeça do prefeito. Mas não deixa de ser sintomático que ele declare, em entrevista, que Uita, pra ele, o “motorista do ônibus”, tanto fez como tanto faz.
Se Uita quiser “subir no ônibus”, tudo bem! Mas se ela não quiser “subir no ônibus”, tudo bem também? Olha, leitor e leitora, eleitor e eleitora de Ribeirópolis, quando o ‘já ganhou’ chega num nível desses, de que tanto faz quem apoio ou não, a maior certeza acaba não sendo bem a vitória, não! A maior certeza passa a ser a queda! E que siga o baile!