Nos seus 144 anos de cidade, Lagarto não merecia um PSS feito nas ‘coxas’ e que mais parece aquele tipo de 171 que sempre aparece nas vésperas de eleições

Que o Ministério Público do Estado de Sergipe (MP/SE) é cioso de suas funções fiscalizatórias, disso ninguém tem a menor dúvida. Mas mesmo com o MP/SE no pé, sempre tem quem se ache o suprassumo da inteligência humana e tente empurrar goela abaixo seu modo todo particular de ver o mundo.

É o caso da prefeitura de Lagarto, sob o comando de Hilda Ribeiro (sem partido). Já foi dito aqui, mas não custa nada reforçar: as críticas deste AnderSonsBlog nada têm a ver com a pessoa de Hilda, pois ela seguramente é uma boa mãe, uma boa filha, uma boa amiga, irmã, esposa, uma boa pedagoga e até uma boa odontóloga. Mas é fato que ela não é uma boa prefeita! Simples assim!

E o que leva a essa fatídica conclusão é uma série de desacertos, pra usar uma palavra mais amena, justamente da gestão de Hilda na prefeitura lagartense. Senão, vejamos: como pode em pleno ano eleitoral a administração municipal lançar um edital de Processo Seletivo Simplificado (PSS) com 1561 vagas? Será que não houve tempo para se ajustar o quadro de pessoal antes do ano de eleição?

Lógico que houve! Inclusive, em outubro do ano passado, uma decisão da Justiça proibiu a contratação indiscriminada de pessoal. Mas a gestão de Hilda descumpriu a decisão judicial e saiu contratando a rodo, no que foi severamente punida. E essa punição não ficou apenas no âmbito administrativo, não! A própria Hilda teve sua CNH suspensa e seus cartões de crédito bloqueados.

Diante do perrengue, Hilda, finalmente, acatou a decisão e demitiu os que foram contratados de forma irregular e ilegal. E o que a mesma gestão decide fazer agora, inclusive assinando um TAC com o MP/SE? Simplesmente, na boca de uma eleição, lançar um PSS com 1561 vagas para as mais diversas áreas – e AnderSonsBlog falará sobre uma área específica mais adiante – com a ‘desculpa’ de que se trata de setores essenciais como Saúde, Desenvolvimento Social e Trabalho, Administração e Educação.

Mesmo com toda boa vontade do mundo, dá pra levar a sério uma gestão que ‘percebe’ essa ‘necessidade’ de pessoal nas vésperas de uma eleição?

Mas o que é ruim sempre pode piorar: e não é que, concomitantemente, no TAC assinado junto ao MP/SE, a gestão de Hilda Ribeiro também fará concurso público, finalmente, graças a Deus e ao trabalho sério do MP/SE, que, como já dito, pegou no pé da prefeitura?

Mas aí vem uma outra confusão da pé: como é que vai caber na mesma gestão 1561 contratados via PSS e mais os aprovados no concurso público que devem ser investidos no cargo, no máximo, no início de setembro próximo? Tem condições uma loucura dessas? Ou será que Lagarto ‘inovará’ e a prefeitura, bem como as suas áreas essenciais, passará a funcionar 24 horas por dia, de domingo a domingo? Lógico que não, né?

Mas o que era ruim e piorou, pode ainda ficar péssimo! E tome um grande exemplo disso: no edital em questão, existem vagas para o cargo de Enfermeiro, cujo piso salarial nacional é de R$ 4.750. E sabe quanto é que a gestão de Hilda quer pagar a essa categoria essencial para o bem-estar da população – e a pandemia de Covid19 é prova mais do que viva disso – segundo o tal edital? Pasme, leitor e leitora, o salário proposto é de R$ 1.468. É ou não é mangar da cara do povo e dos profissionais? Tá doido, viu?

P.S.: esta breve análise desse edital de PSS da prefeitura de Lagarto é apenas a ponta do iceberg de uma série de análises a serem feitas nos próximos dias, visto que, neste 20 de abril de 24, Lagarto celebra seus 144 anos como cidade. E, por dever de cidadania, este AnderSonsBlog, lagartense que é, festeja a data, considera que todo mundo deve participar das festas – pagas, inclusive, com recursos públicos –, mas entende que, para Lagarto ter mais 144 anos pela frente como uma cidade altiva e atrativa, é preciso que descalabros administrativos como os que estão sendo praticados atualmente sejam esclarecidos para a população que, ao final e ao cabo, é quem decide os destinos do município com uma arma fortíssima: o voto! Sem mais!

 

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