Como a espionagem e a arapongagem da Abin tornaram Rogério Carvalho e Alessandro Vieira políticos acima de qualquer suspeita e como Gleice Queiroz entra nessa história? Leia até o final, na moral!

O ano: 1972. O caso: Watergate. O país: Estados Unidos. A consequência: renúncia de um presidente norte-americano, no caso Richard Nixon, em 1974.

E sabe porque AnderSonsBlog começa esse texto sobre a espionagem e arapongagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) citando o Caso Watergate? Simples demais: nos Estados Unidos, no início da década de 1970, um grupo invadiu a sede do Comitê Nacional do Partido Democrata, adversário de Nixon tentando grampear telefones e fotografar documentos.

Com a merda feita, dois repórteres, Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal The Washington Post, começaram a investigar a fundo e descobriram que a invasão tinha ligação direta com altos funcionários do governo Nixon. A coisa foi tão feia que o presidente se viu na obrigação de renunciar para não ser impichado.

Agora cortemos pro Brasil, ano de 21 deste novo século. Diante da assertividade e da força da CPI da Covid-19, que apurava maus-feitos do governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia, a Abin, cujo comandante em chefe é sempre o Presidente da República, espionou e arapongou senadores participantes da CPI, numa clara utilização da força do Estado para combater adversários políticos que, naquele momento, emparedavam, através justamente da CPI, o governo de plantão, no caso o de Bolsonaro.

Um absurdo sem tamanho, uma agressão de morte ao Estado Democrático de Direito, uma aberração absurdamente repugnante. Sim, porque a defesa de Bolsonaro tinha seu foro específico de atuação, a CPI em si, é claro! E qual a intenção de espionar os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito se não fosse para descredibilizar os parlamentares participantes? Bingo, né?!

Dentre os espionados e arapongados, os senadores Alessandro Vieira (MDB) e Rogério Carvalho (PT). E embora tenha discordâncias e concordâncias em relação a ambos, sendo mais concordâncias com Rogério – caso da campanha #VoltaPetrobras, que já deveria ter sido encampada por todo e qualquer bichinho da política sergipana desde o seu lançamento, né verdade? – e mais discordâncias com Alessandro – caso da reprovável denúncia à Polícia Federal de que o então deputado estadual Rodrigo Valadares (União) produzia fake news dizendo que o senador era de “esquerda” e que teve ganho de causa por parte de Rodrigo – AnderSonsBlog jamais aventaria nem acusar e nem inocentar nenhum dos dois políticos.

Mas a ação da Abin não deixa dúvidas: se temos dois políticos acima de quaisquer suspeitas em Sergipe, esses dois são Rogério e Alessandro! Duvida? Então lá vai: mesmo sendo espionados e mesmo sendo arapongados, nada vazou sobre nenhum dos dois, né isso? E se algo de suspeito tivesse sido descoberto sobre qualquer um deles, todo mundo não saberia de tudo e eles já não teriam sido expostos ampla e abertamente? Pois é, né?

Então, pode-se criticar tanto Rogério Carvalho como Alessandro Vieira por seus posicionamentos e coisa e tal. Mas a Abin, ao tentar emparedar esses parlamentares, acabou foi dando um atestado de hombridade, de seriedade e de honestidade para os dois, né não?

Agora, e onde entra a jornalista Gleice Queiroz nesse imbróglio todo? Simples demais também: ao ter a força de segurança estatal em operação na sua residência, os contatos, as mensagens, os e-mails e demais informações passadas à Gleice por suas fontes – devidamente protegidas constitucionalmente – agora estão expostas. E apesar de, como sustenta a própria Gleice, AnderSonsBlog também confiar no trabalho da Polícia Civil de Sergipe, caso ela prove a sua inocência – que é algo que ela também sustenta –, restará provado que a força do Estado foi usada para tentar emparedar alguém, nesse caso uma jornalista.

Aí, ao final dessa postagem, surge mais uma discordância aqui da casa em relação ao senador Alessandro Vieira que, ao final e ao cabo da operação contra Gleice Queiroz, se manifestou em apoio à própria operação. Talvez por ainda não ter informações de que ele mesmo já havia sido vítima da utilização imprópria do aparelho estatal, no caso da Abin, Alessandro não se solidarizou com Gleice. Mas é aquela história: a mundo dá voltas! Simbora!

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1 Comentário

  • Jaconicio

    5 de fevereiro de 2024 - 13:24

    Quem sabe o Senador Alessandro Vieira é mais um bichinho de pelúcia na política. Como assim? O bichinho de pelúcia só vai para uma criança pobre, quando para os ricos não tem mais importância alguma.

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