Lógico que o assunto da vez – inclusive político, claro, já que tá assim de políticos enchendo as suas (deles) e as nossas redes sociais sobre – é o novo corte de verbas da Universidade Federal de Sergipe, nossa querida e essencial UFS.

Até o início desta semana, a UFS já havia perdido cerca de R$ 8 milhões de seu orçamento, conforme muito bem mostra reportagem do Jornal da Cidade. Mas o que era muito ruim, infelizmente, conseguiu piorar!

Agora serão mais R$ 2 milhões a menos! E o que isso quer dizer na prática? De acordo com release/convocação enviado à imprensa, à cargo do sempre em nível de excelência Henrique Maynart, jornalista que assessora o SINTUFS e dá essa mão na massa necessária demais ao DCE/UFS nesse momento, a coisa é braba demais.

Sente o drama: o “novo corte no valor de R$ 2 milhões prejudica o pagamento de bolsas e auxílios a cerca de 3 mil estudantes de Graduação e Pós-Graduação, além de contratos de serviços terceirizados em alimentação, limpeza e manutenção. Com o impacto no funcionamento do Restaurante Universitário, o número de estudantes prejudicados/as pode chegar a 6.6 mil, de acordo com informações publicadas pela instituição”, diz o release que convocou vigília na reitoria da UFS para esta quarta, 7.

Mas e onde é que AnderSonsBlog quer chegar ao sustentar que a UFS, para o Ministério da Educação, popularmente alcunhado de MEC há anos, tem um quê de “filha bastarda”? Simples: todos esses cortes sofridos poderiam ser supridos com a indicação de emendas de bancada, em Brasília, para custeio da instituição.

Mas não é isso o que está acontecendo e AnderSonsBlog vai historiar essa situação: em 14, ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT) como presidente, o campus do Sertão da UFS foi autorizado pelo MEC.

Tudo bem, tudo certo, tratava-se do prosseguimento da política de extensão das universidades federais por todo o País, iniciada ainda nas gestões de Lula na presidência.

Em 15 o campus começou a funcionar em um prédio provisório em Glória. Mas, ali, já deveriam ter sido alocados recursos no âmbito do MEC para que a sede própria fosse construída. Mas… nada!

Em 16 a história mostra o imbróglio político nacional que resultou na cassação de Dilma e na ascensão de Michel Temer (MDB) à presidência.

Daí veio o teto dos gastos e a educação, pra variar, passou a ser severamente tolhida se seus recursos, o que fez com que o MEC continuasse sem alocar nada para a construção do sonhado novo campus da UFS.

Aí vem 18, eleição de Jair Bolsonaro (PL) e uma guinada ainda mais acentuada para as políticas liberais. Então a “porca torceu o rabo” de vez, a ponto de se aventar a possibilidade até de as universidades federais cobrarem dos alunos pagamentos de mensalidade para que eles estudassem.

Um absurdo, ainda mais quando se sabe que o que haveria de fraudes no sentido de gente com possibilidade financeira querendo burlar o pagamento não estaria no gibi.

Mas o fato é que o MEC seguiu sem alocar recursos para a obra do campus do Sertão da UFS e o jeito foi correr atrás de emendas ao orçamento da bancada federal sergipana.

E assim foi feito em 18, com as obras começando em 19 e, neste ano da graça de 22, já bem adiantadas, mas ainda dependendo de recursos das emendas parlamentares.

Percebe, leitor e leitora, que se o MEC continuar não olhando para a necessária obra em curso da UFS, nem olhando e, claro, nem passando a financiar, a instituição seguirá dependendo das emendas para a realização da obra, ficando impedida de alocar esses recursos justamente para custeio e, por consequência, para impedir o colapso de serviços essenciais e básicos por ela ofertados?

A esperança, agora, é que com o retorno de Lula à presidência as prioridades no MEC sejam revistas e as obras do campus do Sertão da UFS passem a ser realizadas com recursos diretos do ministério.

Caso contrário, restará a pergunta: por quanto tempo ainda o MEC seguirá com essa atitude bem FDP em relação a UFS?

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