O que o saudoso João Gilberto e o senador Rogério Carvalho podem ter em comum? Um episódio e uma vaia, sendo que, como cantou João, e isso vale pros dois, “vaia de bêbado não vale”. Entenda

Lógico que em política vale quase tudo! Mas é bom que atentemos para esse quase porque, por conta dele, não vale tudo, né verdade? Pois bem: na semana passada, ao visitar a Barra dos Coqueiros e participar de um evento da prefeitura local, o senador Rogério Carvalho (PT) teve um vídeo gravado e divulgado por conta de uma vaia.

Claramente quem estava filmando estava dentre os ‘vaiantes’. Mas AnderSonsBlog ficou encafifado com o seguinte: como é que o cara tá num evento de seus aliados e é vaiado? Havia algo de ‘podre no reino da Dinamarca’ nesse episódio.

E ficou ainda pior por conta da sanha agressiva de quem divulgava o tal vídeo, numa clara tentativa de desmerecer o papel de Rogério não em relação à Barra, mas quanto ao seu posicionamento oposicionista no estado. Tinha alguma peça faltando nesse quebra-cabeça…

Aí a casa aqui resolver investigar. E recebeu a informação de uma pessoa que estava presente e que pediu anonimato. Na verdade, as vaias vieram de um pequeno grupo de simpatizantes do… PT local, justamente o partido do senador, né isso?

Bom, mas aí tudo ficou claro: o PT da Barra quer impor uma candidatura própria e o senador Rogério, por dívida de gratidão, quer apoiar a reeleição do atual prefeito que, por sua vez, apoiou Rogério nas Eleições 22.

E dentre esse pequeno grupo de ‘vaiantes’, um se destacava pelo volume com que vaiava e pelo fato de estar ‘manguaçado’. E embora não se possa assegurar que o bebinho era do PT, se pode levantar, em relação a esse episódio, um outro já ocorrido há um bom tempo.

Era setembro de 1999 e uma casa de shows, o Credicard Hall, estava sendo inaugurada em São Paulo com show do saudoso João Gilberto acompanhado de Caetano Veloso.

Como o som no palco apresentava algumas falhas técnicas, o perfeccionista João Gilberto reclamou abertamente. No fundo, o que ele fazia ali era defender os interesses dos que pagaram para assistir ao show que, com som ruim, não estaria respeitando o público presente. Só que a reclamação de João resultou numa vaia de um pequeno grupo dentre o público presente.

Pois bem: João, que era um cabra tido como difícil, mas também sempre fora considerado um gênio e capaz de tiradas absurdamente diretas, não se fez de rogado e cantarolou: “vaia de bêbado não vale/vaia de bêbado não vale”.

Lógico que a distância entre João Gilberto e Rogério é imensa, pois assim também o é a distância entre a política e a arte. Mas, combinemos, bêbado é bêbado em qualquer que seja o lugar ou a situação.

Aí, pra que os que tentam detonar Rogério, visando enfraquecer sua posição de oposicionista em Sergipe, procurem argumentos mais sólidos do que uma vaia de bêbado. Porque, em caso contrário, segue valendo a máxima de ‘joãogilbertiana’, sim: “vaia de bêbado não vale/vaia de bêbado não vale”.

E é por isso que retomamos a sustentação lá do início do texto: se a intenção é combater um adversário político, lembremos que em política vale quase tudo. E se tem um quase aí é justamente porque não vale tudo, né isso? Sigamos.

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3 Comentários

  • Ivana Tôrres

    2 de janeiro de 2024 - 18:36

    Meu caro amigo, supostamente todos os bêbados são iguais…Mas, COMPARAR João Gilberto com esse Senador, apenas por ” vaias de bêbados ” é de uma INCOERÊNCIA quase absurda ! Além de que Arte do João era, foi e é de VERDADE, enquanto esse tipo de ” arte” que os políticos usam é a ARTE DA MENTIRA !

    • Ivana Tôrres

      2 de janeiro de 2024 - 22:31

      Ah, meu caro uma coisa seria certa, se João Gilverto vivo estivesse, com certeza morreria com essa tal COMPARAÇÃO!!!

  • Fabio

    5 de janeiro de 2024 - 11:22

    Perfeita a analogia com relação aos comentários acima estranhamente não parece ter lido todo o texto!

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