Quentinhas estragadas na revisão do Enem são bem a cara do governo Belivaldo: “por fora, bela viola! Por dentro, pão bolorento!”

A notícia de que 5.000 quentinhas contratadas pelo governo de Sergipe, através da secretaria de Educação, para alimentar os alunos e profissionais envolvidos na revisão para o Enem, na última sexta, 11, estavam estragadas não chegou a surpreender.

Primeiro por não se tratar da primeira vez que algo do tipo ocorre. Em 8 de setembro, ao menos 72 alunos passaram mal na Centro de Excelência José Rollemberg Leite após comerem cuscuz com carne moída – depois se descobriu que a carne tinha bactérias.

E também porque a desfaçatez, a terceirização de responsabilidades e culpas é uma prática tão arraigada no atual governo que, infelizmente, nada mais surpreende. É como se o governo assumisse que a Lei de Murphy – “se algo tiver que dar errado, nem se preocupe, pois vai dar errado mesmo”, em tradução livre – é para ser seguida e não para ser combatida e evitada.

AnderSonsBlog deixou para escrever e publicar esta análise justamente após os portões para a realização do Enem estarem fechados e os estudantes já estarem realizando as provas, ao menos aqueles que conseguiram – graças a Deus a maioria deles! – por uma questão humanística: não seria legal impor mais essa dificuldade, essa negatividade, pra quem busca uma vaga no ensino superior.

Mas não seria possível deixar passar batido algo tão grave e, ao mesmo tempo, tão banalizado pelo próprio governo. Imagina que a desculpa governamental foi empurrar a culpa pra cima da empresa contratada para o fornecimento, pois ela teria colocado feijão em calda nas tais quentinhas.

Mas e ninguém acompanhou a confecção das quentinhas? Ninguém se atentou para esse “detalhe”? E, afinal, quem foi que contratou a tal empresa? Ao não assumir as responsabilidades que lhe cabem, o governo e a secretaria de Educação colocam todos os sergipanos em alerta por conta desse modus operandi ao Deus dará. E isso é o que pesa justamente contra!

Políticas públicas tão necessárias como uma revisão de conteúdo para tão importante momento na vida da estudantada, como é o caso do Enem, não podem ser lançadas à própria sorte, não podem ser executadas sem a mais absoluta e minuciosa atenção aos detalhes. E olha que alimentação para tanta gente, 5 mil quentinhas, não se trata nem de um detalhe, se trata de responsabilidade sobre o bem-estar, sobre a vida das pessoas.

Que esse episódio seja investigado a exaustão, que o Ministério Público se posicione e, o principal, que o governo de Belivaldo Chagas (PSD) deixe de lado as bravatas, que lhe são bastante peculiares, e parta para a ação. Já seria um ótimo início se o governador exigisse de seus auxiliares um fundamental mea culpa.

Chega de deixar pra lá, de considerar tudo obra do acaso e de bater na tecla que “tá resolvido” sem, de fato, resolver! Seria uma ótima maneira de se posicionar para a sociedade, nesta reta final do governo, se esse mesmo governo assumisse, ao menos uma vez, que falhou e que reparará o dano causado. Simples assim! Necessário assim!

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