Bizan Velô é figura ativa nas movimentações sociais e de lutas em Lagarto. E este AnderSonsBlog, lagartense que é, está sempre atento aos movimentos dela, assim como de muita gente boa na cidade, até mesmo para saber como é que andam as coisas por lá. Pois bem: foi assim que a casa aqui teve acesso a esse texto em que Bizan fala sobre um flagrante caso de Gerontofobia – que é, em resumo, preconceito contra as pessoas mais velhas – ocorrido, veja só, leitor e leitora, durante uma entrevista, que está disponível no YouTube, inclusive. Mas vamos entender esse quiproquó nas palavras da própria Bizan. Boa leitura!

“GERONTOFOBIA… A OUTRA FACE DA POLÍTICA LAGARTENSE

Bizan Velô*

Assistindo hoje o programa “Histórias de Lagarto” do comunicador Amiguinho, entrevistando um pseudo-jovem da Colônia 13, tive a nítida impressão de outra faceta da política lagartense que irá imperar nas eleições vindouras.

Quando perguntado se sairia candidato mesmo com a pré-candidatura confirmada de seu tio e ex-vereador do mesmo povoado; o entrevistado fez questão de citar que ele seria a renovação da política (meu Deus, até quando irão usar desse jargão nas pré-campanhas e campanhas oficiais e depois  esquecer completamente o sentido literal da frase?) e que o tio, sendo “velho” (foi esse o exato termo citado, “não vamos menosprezar os velhos”) poderia apoia-lo.

Não posso negar o impacto dessas palavras para a continuidade da minha boa saúde mental… mas vamos destrinchar isso. Segundo fez questão de frisar, o entrevistado se autodenomina “rei dos povoados” e se declara a “verdadeira renovação da política”, mas sejamos francos, que renovação seria essa?

Desde a eleição municipal de 2000 vimos vários candidatos se intitulando representantes da juventude e quando obtiveram seus mandatos, pouco ou nada fizeram por essa parcela da população. Prova cabal é a quantidade de jovens e adolescentes de nossa cidade migrando para outros Estados da federação afim de ocuparem as lacunas nos sub-empregos nas regiões Sul e Sudeste.

Hilário foi o referido pretenso candidato “Salvador da pátria da Colônia 13” citar como, acredito, sua única bandeira, levar quadras de esporte para os povoados. Sei que é pedir demais para o dito pretenso candidato apontar quais seriam as políticas públicas de inclusão para a juventude, pois isso perpassa por um conhecimento que, acredito (e quem assistiu a entrevista que está gravada no YouTube percebeu), não possui de forma alguma.

Poderia ser hilário, torno a dizer, se de fato não fosse preocupante e tremendamente deprimente no contexto político de nosso município. A Colônia 13 recentemente elegeu uma “outra renovação” ou “outra juventude” que, passados dois anos de legislatura, pouco soube exercer a contento o seu papel constitucional enquanto edil.

Até quando a Câmara Municipal será palco para pessoas completamente despreparadas que enxergam o cargo apenas como um emprego? Pessoas que se esquivam de responder à contento os questionamentos que lhe são feitos e que ignoram completamente o que passa a população do terceiro maior colégio eleitoral do Estado, merecem realmente ocupar uma cadeira na casa legislativa?

Mesmo a pergunta sendo genérica, preciso apenas lembrar que a Gerontofobia (o desrespeito, preconceito  e discriminação por pessoas idosas) é tipificado no “Estatuto do Idoso”. Ao menos com essas entrevistas uma boa parcela da população consegue perceber que para pleitear ou ocupar um cargo eletivo não basta apenas ter um rostinho simpático, precisa ter o conteúdo que falta a muitos postulantes.

Lagarto não precisa de “salvadores da pátria” ou “reis de povoados” ou “verdadeiras renovações”. Precisa de gente com capacidade e qualificação necessária para compreender e exercer seu papel no legislativo municipal… Foi-se a época da “escolinha do Professor Raimundo”.

LAGARTO MERECE MUITO MAIS…

*é a única jornalista trans de Lagarto, editora do site Cotidiano Lagartense (confira o texto acima AQUI) desde 19 e tem a proposta de escrever sobre o cotidiano de Lagarto, desde política à pautas sociais. Acreditando num jornalismo independente e formatado pelo respeito, busca, sem sensacionalismo, levar á população o que mais pulula em terras papajacas. Os artigos publicados pela jornalista conseguem chegar nas mais diversas camadas ou classes sociais, tendo como meta o fomento à reflexão”.

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