O ex-prefeito, por três mandatos, da Barra dos Coqueiros, Airton Martins, nem decidiu ainda se será candidato em 22. Mas já tomou uma decisão: sairá do MDB e embarcará no PSD. Só pra você, leitor e leitora, sentir o tamanho do estrago nas hostes emedebistas: Airton deixou seu terceiro mandato na Barra com coisa de 80% de aprovação, fez seu irmão, Adailton, deputado estadual em 18, tem influência qualificada na Grande Aracaju e em diversas cidades sergipanas, aonde ajudou a eleger prefeitos, vices e vereadores, enfim, Airton é liderança em visível crescimento. E o que o MDB deveria fazer com ele? Ora, ora, implorar pra que ele fosse candidato a federal, por exemplo, garantindo estrutura partidária, fundo eleitoral e o escambau. Isso é o que se espera de qualquer agremiação, pois ainda que Airton não alcançasse a votação mínima pra se eleger, com certeza os seus votos seriam decisivos para que o MDB conseguisse manter ao menos um deputado federal por Sergipe em Brasília. Mas o que aconteceu, de fato? O deputado eleito pela sigla, Fábio Reis, já dá claros sinais de que também irá pro PSD de Belivaldo Chagas. O que fica na cara é que a direção do partido em Sergipe, a cargo do irmão de Fábio, Sérgio, não fortaleceu a agremiação, optando por costurar acordos que garantam a eleição de Fábio e ponto. E o MDB, finalmente, deve se tornar um partido de aluguel, como tantos outros, indo para a base partidária que apoiará Rogério Carvalho (PT) ao governo. Não há nada de ilegítimo no desejo de Rogério em conquistar o MDB, bem como no empenho de Sérgio em eleger Fábio. Mas nem o MDB e sua história, e nem lideranças como Airton Martins merecem esse tratamento de segunda, terceira classe a eles dispensados por quem acha que um partido, seja ele qual for, é apenas uma extensão de projetos políticos pessoais. Nem precisa desenhar, né? Ah! Mas AndersonsBlog não poderia deixar batido essa: no texto sobre essa doidice que tá acontecendo no MDB publicado ontem (leia aqui), um dileto amigo do site tirou onda com uma frase que dizia que o partido, do jeito que está, não representa “porra nenhuma”. Bem, na verdade a frase foi até leve, porque o atual momento do partido é, infelizmente, uma tremenda putaria mesmo. Bem isso!

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