Estrategistas e apoiadores de Márcio Macedo erram ao querer o ministro de Lula uma espécie de ‘embaixador’ de Sergipe em Brasília. Seria bom estudar o saudoso João Alves em sua época ministerial, viu?

Numa das maiores secas do Nordeste, lá estava o ministro do Interior, João Alves, sobrevoando de helicóptero diversos estados nordestinos. E numa das maiores enchentes da história da região Sul do país, lá estava prestando solidariedade aos sulistas o mesmo João Alves, ministro do Interior.

Tudo isso aconteceu na segunda metade da década de 1980, mais precisamente a partir de 1987 e até o final do então governo de José Sarney como Presidente da República. E a função de João era essa mesma: estar atento a tudo o que ocorria pelo Brasil adentro. Tanto é que vem dessa época os holofotes lançados sobre o projeto Carajás, no Pará, no Norte do país. Também surgem ali as primeiras sementes do que hoje é o gigantismo do agronegócio no Centro-Oeste brasileiro.

E tudo isso tinha a presença de João Alves que, olhando para o Brasil inteiro, se destacou e se posicionou como um dos maiores nomes da vida pública sergipana.

Aí o que aconteceu quando ele deixou o ministério, em março de 1990? Veio a ser governador de Sergipe pela 2ª vez! E, depois, em 02, já neste século, se tornou governador pela 3ª vez, um feito que dificilmente será repetido, né isso?

E tem mais: enquanto ministro do Interior, João dedicou-se a Sergipe, sim, embora o então governador Antônio Carlos Valadares logo de saída tenha rompido politicamente com João Alves.

Mas essa dedicação não era impeditivo para que João desce o sangue pelo sucesso de sua pasta em Brasília. Aliás, mesmo com o governo de Sarney saindo muito queimado ao seu final, ninguém nunca teve uma vírgula para apontar negativamente algo feito por João como ministro, pode estudar por aí pra ver se AnderSonsBlog tá certo ou não!

E, no presente, neste ano da graça de 24, o que vemos? Um ministro oriundo da política sergipana, Márcio Macedo, trabalhando praticamente ao lado do presidente Lula, ambos do PT. Que cenário maravilhoso, não?

Bem, não tem sido bem assim, infelizmente. É que Márcio, talvez instado pelos seus estrategistas e apoiadores – que não se sabe se querem o bem de Márcio ou de si mesmos – volta os olhos quase que única e exclusivamente para Sergipe quase que o tempo todo!

E o que de útil isso produz? De boas? Nada! Veja, leitor e leitora, quando posiciona Márcio como sendo “Sergipe em Brasília”, essa estratégia tosca esquece que temos representatividade escolhida nas urnas, com 8 deputados federais e 3 senadores; que temos escritório de Sergipe em Brasília, que temos gente muito boa, servidores de carreira mesmo, nascida aqui e trabalhando por lá; enfim, acaba se colocando nas costas de Márcio um peso que poderia e deveria ser distribuído por todos esses agentes públicos.

E, enquanto isso, Márcio acaba gastando um tempo precioso para ser “Sergipe em Brasília” que poderia ser melhor aproveitado com ele se tornando um ministro essencial de Lula, pois isso sim é que faria Sergipe brilhar no cenário nacional, correto?

AnderSonsBlog já anda meio de saco cheio de bater nessa mesma tecla. Mas como a gente só torce e apoia o erro dos adversários, a casa aqui seguirá tentando abrir os olhos de Márcio sobre essa estratégia fajuta que tem sido aplicada durante a sua estada como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência por, 1) não ser adversário de Márcio Macedo; e 2) não desejar ver a estada dele abreviada pelo fato dele ter mais olhos para Sergipe do que para o nosso imenso Brasil. E é só!

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