RPM – REAL PAIXÃO MOTORIZADA – É um carro? É uma paixão? É uma ilusão de ótica? É tudo junto: chineses lançam elétrico que é a cara do bom e velho Fusca

Por essa nem os mais saudosistas esperavam e nem o mais saudosista dos saudosistas, o ex-presidente Itamar Franco (1930-2011), poderia imaginar! Contextualizando: o saudoso e folclórico Itamar, em sua passagem pela Presidência, deixou como legado nada mais, nada menos do que o Real que está em sua carteira, leitor e leitora, ou em sua conta bancária, disponível para os modernos Pix’s da vida, né? E isso não é pouca coisa, não! Em resumo: Itamar Franco conseguiu, numa canetada, debelar a inflação galopante que incendiava o Brasil entre os anos 1980 e 1990 do século passado com um plano econômico que funcionou tanto, mas tanto que até os dias atuais, 28 anos depois, entre trancos, barrancos, altos, baixos, farturas e “farturas” – entendedores entenderão – segue parametrizando a economia nacional através, justamente, do… Real, a nossa moeda! Ou seja: Itamar marcou, de forma definitiva, sua breve gestão presidencial para toda a história nacional. Mas a parte folclórica de sua governança se deu por alguns episódios, sendo o mais divertido uma foto – disponível na net facilmente – dele flagrado ao lado da modelo Lilian Ramos, em pleno carnaval carioca de 1994, com a genitália desnuda e livremente aparente. Imagine, leitor e leitora, que, à época, até a possibilidade de impeachment foi aventada, mas logo descartada, por conta desse inocente flagra – e que tempo “bão demais da conta”, mineiramente falando em homenagem ao mineiríssimo Itamar, era aquele em que se falava em impichar um presidente por ele ter sido fotografado ao lado de uma modelo com uma parte de sua exuberante anatomia à mostra, né não? Mas tem um outro episódio da passagem de Itamar pela Presidência que a memória de AndersonsBlog recupera para, enfim, chegar ao tema desta edição da coluna RPM: em 1993, mesmo ano em que assumiu o comando do País após o titular, Fernando Collor de Melo, renunciar ao cargo para evitar uma cassação, Itamar concedeu isenções de impostos para que a indústria automotiva produzisse carros populares com motorização 1.0.

E o Fusca voltou!

No embalo, a VW decidiu reativar a produção, encerrada em 1986, do bom e velho Fusca, algo que durou de 1993 a 1996. À época, Itamar foi duramente criticado pelos seus opositores e gigantescamente ovacionado pelos amantes do invencível Fusca!

A história se repete?

Acontece que, neste ano da graça de 22, não é que uma fabricante chinesa, a Great Wall Motors, lançou no mercado chinês, mas com previsão de expansão para outros países, o Ora Punk Cat? E, leitor e leitora, adivinhem qual é o modelo que inspira o elétrico veículo? Como as fotos desta edição de RPM podem comprovar de forma cabal, justamente o bom e velho Fusca, ora pois!

DNA saudosista

O Ora, com previsão ainda imprecisa, mas confirmada, de chegar ao Brasil, tem 4,401 m de comprimento, 1,880 m de largura, 1,630 m de altura e 2,750 m de entre-eixos. Mas, independentemente desses dados técnicos, o Ora é, sim, uma recriação do Fusca que, conceitualmente, se tornou um ícone da indústria automotiva mundial!

Cara de um, focinho do outro!

E a verossimilhança vai muito além dos faróis circulares, estando presente em todo o design, ainda que o Ora seja maior do que o velho e bom Fusca, com peso final a partir de 1.780 kg, o que varia conforme a motorização elétrica disponível e a escolha do comprador que, por enquanto, tem que se contentar em recorrer ao mercado automotivo chinês se quiser ter um Ora/Fusca na garagem.

Mais infos técnicas

E mesmo que ainda distante do mercado brasileiro, vale destacar as propriedades técnicas do modelo a disposição dos consumidores na China: terá motor dianteiro de 170 cavalos, a mesma potência de um BMW i3, e usará dois tipos de bateria, sendo a de fosfato de ferro-lítio com 47,8 kWh, a de lítio tradicional com 59,1 kWh e autonomia em torno de 500 km. Sua velocidade, na China, será limitada a 155 km/h e os preços ainda não foram publicizados.

Resumão do AndersonsBlog

Enfim, o Fusca renasceu: elétrico, chinês e coisa e tal. Mas, ao final e ao cabo, impera afirmar que, sim!, Itamar Franco estava certo, pois o Fusca merecia e, como chinesamente acontece agora, merece renascer sempre! Sem mais.

1 Comentário

  • Hugo Sidney

    28 de abril de 2022 - 09:20

    Sou um destes “saudosistas” pelo Fusca. Foi meu primeiro carro. Tive um exatamente da minha idade: Um Fuscão 74! Fui muito feliz com ele. Veremos se as condições da nossa economia me permitirão reviver essas reminiscências com a versão elétrica chinesa…

Deixe um Comentário